Autor: Casian Orășanu
Tradução: Carmen Deverdics
Conhecido em todo o mundo, o jazz nunca deixa de nos encantar. Qual é o seu segredo? É o ritmo, a melodia? Vamos descobri-lo juntos neste artigo.
É difícil encontrar a origem exata desta música, mas muitas vezes é atribuída às danças dos escravos negros da América. Eles têm mantido as suas tradições musicais, principalmente a música africana.
Uma música que era cantada nas festas onde se apresentavam danças africanas e percussões. O gênero musical jazz, propriamente dito, nasceu muito mais tarde, no início do século XX, nos Estados Unidos, na cidade de Nova Orleans. Ele existia antes de 1917, mas em formas e nomes muito diferentes.
Porque é único?
O jazz é realmente uma música única, que mistura certos géneros “clássicos”, como o barroco ou as danças com a música africana. Mas quando pensamos nisso, muitas vezes pensamos na improvisação, porque os músicos que tocam jazz têm essa capacidade extraordinária de se adaptar e criar a qualquer momento, “eles se soltam, se ouvem e tocam, nos dois sentidos da palavra”.
Ele é como um vampiro, um vampiro que “desde o nascimento, suga o sangue de outras músicas para regenerar-se”. Esta é a metáfora do produtor do programa Open Jazz da rádio France Musique. Mas, ao mesmo tempo, é um modo de expressão das emoções mais profundas, do prazer, do sofrimento, mesmo da dor, da liberdade que queremos conquistar.
Personalidades do jazz:
- Entre as figuras mais notáveis, Armstrong e Fitzgerald são conhecidos pelo scat, uma espécie de improvisação vocal. Há muitos canções da parte deles disponíveis no YouTube.
- Louis Armstrong (1901-1971) foi um brilhante trompetista, cantor e compositor americano, inventor do scat. Ele liderou as formações Hot Five e Hot Seven.
- Ella Fitzgerald (1917- 1996), apelidada de The First Lady of Swing, foi uma cantora americana vencedora do Grammy.
O jazz na cultura popular
Autores como Boris Vian optaram por incluir o jazz nos seus livros. Os personagens dos seus romances vão aos clubes. Chloé em L’Écume des jours (1947) é inspirado em uma música de Duke Ellington. Sabemos que autores “como Simone de Beauvoir, Françoise Sagan, Truman Capote e Michel Leiris, através das suas descrições da atmosfera dos clubes nova-iorquinos ou parisienses, testemunharam a efervescência da música do pós-guerra”.
Há filmes que têm como assunto o jazz ou os artistas, por exemplo The Jazz Singer (1927), que “conta a história de um pianista judeu que tenta tornar-se uma estrela disfarçando-se de negro”, ou filmes como La Féérie du jazz (1930), Jammin’ the Blues (1944). Há também pinturas, por exemplo, as pinturas de Nicolas de Staël ou de Jean-Michel Basquiat (1960-1988), os grandes jazzmen do pintor Sacha Chimkevitch (1920-2006).
O jazz na França
O jazz apareceu na França em 1917 através do exército americano. Era uma coisa nova, que a maioria dos franceses nunca tinha visto ou ouvido, dizem os especialistas no domínio.
Num artigo publicado no lepoint.fr, o compositor e musicólogo Laurent Cugny faz a seguinte observação:
Este evento marcou as consciências. Eles tocavam em cada estação onde paravam, algo que a maioria dos franceses nunca tinha ouvido antes.
Ele também observa que “o que também foi percebido como novo foi que eram negros que estavam a tocar. Além do racismo, era uma forte estranheza para a época”.
Também ele está associado à chegada, em dezembro de 1917, do 369° Regimento de Infantaria na costa francesa, “um regimento de infantaria em que estavam os Harlem Hellfighters, músicos negros liderados pelo tenente James Reese”.
- Vamos celebrar a língua portuguesa em 5 canções!
- Leia aqui também o artigo original na língua francesa.
Fontes :
- https://www.francemusique.fr/culture-musicale/qu-est-ce-que-le-jazz-35820
- https://fr.wikipedia.org/wiki/le Jazz
- http://jazz-styles.com/347/un-grand-nom-du-jazz-louis-armstrong.html
- https://www.lepoint.fr/culture/en-1917-le-jazz-debarque-et-fait-la-java-en-france-et-en-europe-02-11-2018-2268083_3.php