Autor: Claudia Salvi
Tradução por: Alexa Nica
Começamos por descobrir juntos o que são as línguas românicas! Quando falamos em língua, referirmo-nos a uma série de convenções fonéticas, sintáticas, morfológicas e lexicais indispensáveis à comunicação oral e escrita.
As línguas vêm classificadas em macrogrupos nomeados histórico-naturais, cuja classificação acontece com base na habilidade de as reconhecer nas linguagens de várias comunidades presentes no mundo hoje em dia. No entanto, enumerar todas as línguas do mundo é muito complexo, porque há áreas linguísticas que são pouco estudadas e porque em geral é difícil estabelecer se várias línguas são apenas uma variação de dialetos da mesma língua ou até línguas completamente distintas.
Como nasceram as línguas neolatinas?
Ao falarmos em línguas românicas queremos dizer também neolatinas que fazem parte do grupo mais amplo das línguas indo-europeias. Essas são: romeno, ladino, italiano, sardo, francês, catalão, português e espanhol.
O termo “românico” deriva do advérbio latino “romanice” usado na linguagem falada no dia a dia e pode ser traduzido palavra por palavra por “romanamente“, quer dizer “falar como os romanos“.
Ora, é bastante óbvio que as línguas românicas são as filhas da expansão do Império Romano na Europa: por volta do século III d.C. o Império era dividido linguisticamente entre o ocidente latinófono e o oriente grecófono. As línguas românicas representam, então, a evolução natural do latim vulgar.
Quais são as línguas neolatinas?
Hoje em dia, as línguas românicas vêm divididas assim:
1. Ibero-românicas: temos que mencionar as línguas faladas na península ibérica, então o espanhol e o português. Na Espanha encontramos uma situação particular, devido à forte identidade das minorias que guardam a sua variedade linguística como a principal. As línguas oficiais na Espanha que são reconhecidas além do espanhol são o catalão, o galego e o basco. As línguas ibero-românicas têm sido influenciadas, após a queda do Império Romano, pela invasão dos povos germânicos a partir do século V e, posteriormente, pela conquista árabe, após da qual se criou um Norte Cristão e um Sul muçulmano, onde a influência linguística árabe ainda está presente em algumas das palavras adotadas pelas línguas ibero-românicas.
2. Galo-românicas: hoje é o francês, que provém da língua de oïl, mas mencionamos também o occitano, que vem da língua lingua d’oc, e o franco-provençal. A língua francesa também foi influenciada pelas línguas germânicas, primeiramente, devido à invasão dos Francos e, depois, dos Visigodos.
3. Ítalo-românicas: mencionamos nesta categoria o italiano e o sardo, o último sendo considerado o mais semelhante ao latim por ter menos influência das línguas estrangeiras, não sendo um alvo das invasões. Então, após a queda do Império, é verdade que a Itália tem sido sujeita às invasões germânicas, tal como outros países mediterrâneos. A particularidade da Itália deve-se ao facto de que, após a queda do Império, não ficou unida até ao ano de 1861. Dada a influência sobre a península de vários poderes europeus externos ao longo dos séculos, várias regiões desenvolveram uma série de dialetos diferentes uns aos outros.
4. Romanze orientali: aqui falamos sobre o dálmato e o romeno, mas apenas o derradeiro ainda está a ser usado desde que o dálmato tem sido absorvido primeiramente do dialeto veneziano e, depois, da língua croata. O romeno, tal como o sardo, é considerada a língua românica com a descendência mais direta do latim.
A linguística é, sem dúvida, um ramo de estudos fascinante que nos permite conhecer muito sobre a história dos povos e das relações que ligam esses. Com o estudo do nascimento e da origem das línguas, é possível compreender quão importante foram as trocas culturais entre os povos para a gênese das línguas que falamos hoje. Aqui tem em baixo um vídeo em que podemos ouvir as diferenças entre as línguas românicas.
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